terça-feira, 23 de setembro de 2014

Entre as elegias e o coração

E lá está ela nesse memorável dia
entre as páginas em duas linguás
Elan vital, minha elegia
a vejo com todos os olhos todo dia
ela estabelece morada no lado profundo
onde dançam metafísica e poesia
coração fértil habitat oportuno
espaço onde sorrisos estão sempre em exposição
revelando pezares trasbordando vida
promoter afirmativo da revolução
que em traços e gestos o amor acirra





Corpo Vazio

Imodesta apatia
protesta em gesto
desfeita a ponte dialética cujo dia evidencia
a razão, seu pesar indigesto
o samba seu suporte irrestrito
onipresente nos ventos vindouros dos trópicos
quebrará a sombria apatia do adverso
habitante em corações catequizados
pela falta do vinho
e do amor concreto

Ineqiuívoco luar

Ineqiuívoca, sem vergonha, cintilante, a lua
Solenemente, à nuvem em verso seguia
O mar, reflexo cadente dela, nua
Trilhava ofegante os olhos meus e jamais jazia
janelas abertas traziam o belo e profundo azul, latente
que ostentava com jactancia um amor ateu
E o riso em deleite conjulgou-se um frescor veemente
Na boca  da noite a cor do verbo tornou-se o apogeu

Com maestria findou-se o fenômeno no descer da pálpebra
Caminho de sonho, morada boa
onde a língua poética afronta a cátedra
Solidez dissipada por raios solares, é próprio silêncio que o poeta entôa
Na língua o rebento, nas mãos o ode lento
Descrevia em futuro o luar num presente
que amíude retorna, um ensejo sedento
De hálito fresco o crepúsculo nasce, tênue, intermitente !



Lança à ignorância o apogeu

Perante a vida transcrevi-me em risos, rimas, em imcompreensão
Longe do léxico o cunho vernáculo, a servidão
Lança à ignorância o apogeu.
Esquecei-me mundo, o riso venceu
Trasversalizado o caule confronta o mago
com um romance trasnvalorado, galgo
em pontes, à palavra que salta
pra dentro de mimo onde amor me assalta
e ressalta o intenso testemuno sensível
atenporal vôo, irreversível



Vacila a briza movente ao mar

Uma noite
nada
a lua n'água
sublime morada
quando em noite cheia
promessa evidenciada
na incerteza eternizada
sem guia o dito
reluz o escrito
de dentro apraz
o sensível audaz
murmurando o atrito

Vacila a briza
movente ao mar
o sonho é amante do ensejo errante
que esbarra em Dante
lusco fusco radiante
aspira acordar adiante




sentido poetizado

Racha tanga quando tango stando
all alto er ego da musa música 
genero s(ç)a marche o pensar
ao longe físico meta bolico ismo
a esmo dialético material
da escola - rizoma - ritimico
caos centrado em seu si
menor reveldia jamais
coopatada, porem musica
querbrada chega ao centro
quase atonal mas segue 
todo o mundo assim giarante
circuante cintilante
batalha pra vida manter
canbeça impermeável
ao vil verdadeiro mundo
sentido poetizado


Foto de uma pela filmada: Becket On film - Come and go

Esboço de um sonho impossível


Sonho de um homem ridículo (Alexander Petrov)

tirou a máscara que mostrava o velho pântano dentro si / agora após um sonho enxergara as cores dos girassóis, a vida real, sem máscara/noutro sonho encontrara-se / seja utópico ridículo, niilista bem ativo ou reactivo, não importa se aquilo que via era a vida / o que vem antes é a ideia dela própria, dizia.
Nessa nota animada / com cores surreais, para muitos anormais, Fiodor conta nos olhos de Petrov / o encontro da verdade / e descreve tão urgente / o despido inocente / zombeteiro que desfaz / a morte e vida num punhado de areia / animado em óleo sobre telas moventes






apanha um indízivel punhado de sonho

Pro beijo o gozo sentir,o cheiro
-"agora não, virá o ensejo" 
 o gelo, o singelo degela
o desejo agoniza 
a vida se olha de longe
e apanha um indízivel
punhado de sonho
pairando na brisa.
O afeto salta a linha
do enfermo e ri
ao ponto onde convergem
dois olhares distintos
distantes e ardentes
do fogo oculto
em seu ego




a hora dum riso fatigado, fatiado e fadado a um premeturo fim

Após o pôr
terminada a janta
o sol desce a colina,
é quando a noite ascende
em escura amplidão.
É nessa hora, a hora dum riso
fatigado, fatiado e fadado
a um prematuro fim
uma vez  extraviado
no cálculo de chronos.
Já o gesto alegre,
efêmera sentença
não espera
-"não é tempo",
cospe com jactância
o devoto da razão
em seu ato sacerdotal.


toda utopia vigente nos sonhos desses incógnitos poetas

Com pôr com o corpo
pouco a pouco
dentro do ensejo
o qual desejo prolongar
um som astuto
maluco
 que rume ao cume
encontre os raios solares como de costume
e desça nos ventos dançantes
transforme instantes
em círculo ofusque dogmas
aponte a ponte
 e num chão movente
atirem palavras ardentes.
ó transeuntes do mesmo coração,
que o frescor, livre, dance 
com ele e contagie com furor
toda utopia vigente nos sonhos
desses incógnitos poetas.



Raposas, Corvos e patos

Na mesa de café ao piscar o olho
ao voltar à luz, de súbito , um corvo,
com seu bico fino, intimidador,
enfia numa xícara descarademente,
ignorando todos ao redor,
enquanto isso, um corpo, ao chão,
sobre a grama, adormecido
é redoado de patos voadores. 
Mais acima, com olhar efemero e arrependido,
uma raposa, corre 
ao som da orchestra das gaivotas
com o coral dos mesmos patos.
O que brindam ?
talvez cantem ao que parece,
as ruinas do império
que estão por vir, e que,
outrora foram erguidas
com sangue de tantos bárbaros
escravizados



índigo indígena indigno de mil mins

índigo indígena indigno de mil mins
em mundo a fôra in forest
À trilha do sol, ruma o nomandismo,
nos desertos, cada gota alcançada,
uma revolução.
Icólume, o dia vangloria-se
de ter-me deixado passar
em seio sei,
sem danos causar,
e num belo sunshine,
onde febris, fazem se
uvas e sonhos gotejantes
rumando ao fim meio pontificado
para jutificar qualquer ato transcendental
em escala continental




nas estrofes circundantes

Ao menos amena a fenda findou-se em poema
feita à prosa, cujo sabor
à romã confidencia o organoléptico
distancia-se a fúria
do coração apodrecido
do pulsante criativo,
do movimento elan,
e traz ao ar odores florais e adistringentes
que adornam o imaginar da língua.
Nessa proza a coagulação
jamais fará de si uma esfinge
nas estrofes circundantes



Manter-se equilibrista e estancar o sangeu enquanto ferve e atira-se ao chão

Há que se fazer um sacrífico descomunal para contemplar o sorriso d'um anjo!
Manter-se equilibrista e estancar o sangeu enquanto ferve e atira-se ao chão.
Sem novidade, é hora de guerrilhar, cavar uma trincheira no medo,
sentir o frio arrancar-lhe a pele e ainda assim manter-se feliz, provar para as estrelas sua força !!
De um lado a via fácil, adiante, mais adiante, no salto seguinte, quando ainda esboça uma canção sem malícia, mas a própria doçura da canção é um paradoxo, um salto para dentro de si.
Olhando para o alto, para o lado, segunido da trilha reactiva das palavras de ordem,
quer sair do sonho, mas não ver uma fugaz fresta que indique a porta da lei Kafkiana. Logo se descobre numa tempestade ainda no deserto, no sonho incerto, instável, caótico. Adiante, após seu nariz uma ponte, mas é escuro, frio.

Sonheto Vespertinal

ao vento lamento o que me deixa
me apetece o mar
ao ar que acontece amar
a olhar a lá Al di là delle nuvole, a gueixa
Tecia ha tempos o tempo
e tento ater-me
num feitiço perene e perder-me
ainda que me encontre atento
Enquanto esculto meu sonho
Em mim permaneço
Amiude crente no não começo
Propriamente jubiloso, e excitante
Uma dançante estrela beija-me com seu hálito furtivo
E mantém-se pelo sabor seu ideal jactante

Gregory Colbert's - Asches and Snow