terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Limiares
























as pequenas vingaças são executadas sutilmente
mas a vida nos ensinou a leveza dos pássaros,
a nadar em núvens cinzas de chuva,
a rir e fazer do deserto intinerário.
A sede de vida é tão grande
ser humano é tão pouco
a sede de divindade nos é insaciável
abraçar o universo é um pequeno entre tantos desejos que nos ronda.
O que seria dos nossos olhos se ao mirar no escombros
nos faltassem palavras e imagens de flores
para poetizar o que é tão feio aos olhos de quem não sabe apreciar um recomeço, ou limiar.





sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sedento da chama do sim, me arrisquei

Sedento da chama do sim
da fusão corporal anunciada
corri ao sol em segredo meditei
lancei desejos ao cosmos, me arrrsquei
mas mantive o orgulho em alta mesmo pungente,
mantive o silêncio, um contra silêncio veemente
foi se o dia e o profundo azul afirmado pelos raios do sol
voltava a noite fria, eu só
o silencioso me corroia uma angústia me coagia sem dó
nenhum advérbio nenhuma palavra nenhuma canção
pairava em meu peito um samba um desfecho sem rima e desleixo quem sabe, um refrão
Faltavam os meus verbos antecipados, e sem chão, soçobrou meu quinhão

Maratona insensata a qual Chronos impôs
é um drama é bravata
um possível depois,
o fato é consumado: Dionisus furtou-se e Chronos se impôs

As núvens, se perderam no breu da incomunicabilidade
É sinal da cólera de um Deus meu quinhão se perdeu, em impossibilidade
Mas o nectar virá numa outra estação
O amor voltará ao mesmo coração


Maratona insensata a qual Chronos impôs
é um drama é bravata
um possível depois
o fato é consumado: Dionisus furtou-se e Chronos se impôs

Chronos(O tempo que a todos come)

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Encontrei nas sextas-feiras o exilio
































 voltar à fogueira, dançar em volta com os espiritos, reeoncontrar em mim a estrela cintilante, bailar com os astros
vagar além do cinza que nos cerca
cair nas profundezas do céus, despertar um amanhã com cores e luas
ainda que a noite repouse em meus olhos
Neese cenário de luzes e céus artificiais onde os templos são o concreto e ouro banhado de sangue,
os deuses morreram, tornaram se estátuas, as chamas foram contidas e tornadas verdades sólidas e mortas, mórbidas, chagas de pensamentos. Já o amor, o samba, a vida tem hora marcada,
o riso as festas são ritos bárbaros. A solidão é um luxo, um trunfo que os cadáveres vangloriam-se de ter conquistado.
Encontrei nas sextas-feiras o exilio, encontrei no devir de uma pintura, no real de um sonho, meu lugar
Na sexta-feira vou ao exilio, lá é parecido com olimpo
todos são pagões, nos corpos pulsam as chamas em gestos
A bandeira é apenas um disfarçace, as tropas tocam liras, guitarras e flautas

domingo, 14 de dezembro de 2014

A pós construção

Sans Soleil (Chris Marker)


desimporta, destaca, com jactância
um Janeiro disperso e apático
ao concreto lançado em bombas
livros
áudio
vídeo risível
pirata de livros dilacerados fadados à insurgência desavisada,
desmascaram as sinopses,
costuram roteiros sem fome
-desloca o sensível,
desdobra a escrita sem ordem,
conclama o caos,
e canta
em canto qulauqer nota
um estável ponto
e pronto, o dia temido
desvencilhou-se do tempo,
e icolume, dessa jornada
sai e ensaia um encontro potencial
de riso esbanjador,
pra aurora brindar
numa fértil canção

sábado, 6 de dezembro de 2014

o fogo que atravessa as pedras perpassa-nos efémero

Colagem
o fogo que atravessa as pedras perpassa-nos efémero
traz a vida em aromas de flores raras,
mesmo nessa terra devastada onde o amor é estranho e alheio,
vinda em fenômeno a explosão faz o durar eterno em intensidade
análogo ao encontro oculto de sol e lua.
Tão raro, o instante captura-se e dissolve-se em fluídos
a jorrar quentes na dança ébria do pincel que rasga o quadro,
imerso em cores que voam no imaginário dos poetas,
calor vital para o pincel, mote perfeito para a poesia,
e entusiasmo para os olhos vazios,
à espera da permanência da vida
enquanto o florescer da estação excepcional
traz sem soberba o fruto inspirador de risos

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

No solo fértil onde dançam os deuses dancei ( take five )



o sonho,que trazia o céu ao rio sob nove belos segredos













No terreiro onde dançam os deuses dancei,
cercado por abstrações fui tragado pelo gemido da fertilidade
antes que a cólera voltasse aos deuses
tomei cinco notas na viagem à ilha festiva
pude voar em cenas, em sonhos
que até mesmo Voltaire desejaria voar,
e doce, prolongou-se o veneno na eternidade do sonho
que trazia o céu ao rio sob nove belos segredos
até calar-se pincel quente e salpicado
que fazia uno em planos um universo lúdico
que fazia-se ponte para o seio de cada noite