terça-feira, 31 de março de 2015

Uma frase para Hendrix




Leasing(leasing )Jimi Hendrix - Third Stone From The Sun


Atire acordes em nossos uvidos e pedras quentes no gelo, dançaremos em rituais paganizados chamando o sol, afirmando a beleza do raio, do porvir em primavera.




segunda-feira, 30 de março de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

escapa ao galho o brilho em seu ensaio





     março traz consigo astro, sacia o raio
     escapa ao galho o brilho em seu ensaio
    quando passa em fresta
    à pele chega em festa
    discreto, cruzou janeiro a frio o parco
    Ávido retornou, brando levando fogo ao riso
    solenemente trouxe um abismo de luz altivo
    e suprimiu do corpo pálido o estio solar num traço





   http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5182027

quarta-feira, 18 de março de 2015

Nietzsche (Das Canções do Príncipe Livrepássaro.) No Sul





























"No Sul

Eis-me suspenso a um galho torto
E balançando aqui meu cansaço.
Sou convidado de um passarinho
E aqui repouso, onde está seu ninho.
Mas onde estou? Ai, longe, no espaço.
O mar, tão branco, dormindo absorto,
E ali, purpúrea, vai uma vela.
Penhasco, idílios, torres e cais,
Balir de ovelhas e figueirais.
Sul da inocência, me acolhe nela!
Só a passo e passo
| – é como estar morto,
O pé ante pé faz o alemão pesar.
Mandei o vento levar-me ao alto,
Aprendi com pássaros leveza e salto –
Ao sul voei, por sobre o mar.
Razão! Trabalho pesado e ingrato!
Que vai ao alvo e chega tão cedo!
No voo aprendo o mal que me eiva –
Já sinto ânimo, e sangue e seiva
De nova vida e novo brinquedo...
Quem pensa a sós, de sábio eu trato,
Cantar a sós – já é para os parvos!
Estou cantando em vosso louvor:
Fazei um círculo e, ao meu redor,
Malvados pássaros, vinde sentar-vos!
Jovens, tão falsos, tão inconstantes,
Pareceis feitos bem para amantes
E em passatempos vos entreter...
No norte amei – e confesso a custo –
Uma mulher, velha de dar susto:
“Verdade”, o nome dessa mulher.

Im Süden
So häng’ ich denn auf krummem Aste
Und schaukle meine Müdigkeit.
Ein Vogel lud mich her zu Gaste,
Ein Vogelnest ist’s, drin ich raste.
Wo bin ich doch? Ach, weit! Ach, weit!
Das weisse Meer liegt eingeschlafen,
Und purpurn steht ein Segel drauf.
Fels, Feigenbäume, Thurm und Hafen,
Idylle rings, Geblök von Schafen, —
Unschuld des Südens, nimm mich auf!
Nur Schritt für Schritt
| — das ist kein Leben,
Stets Bein vor Bein macht
| deutsch und schwer.
Ich hiess den Wind mich
| aufwärts heben,
Ich lernte mit den Vögeln schweben, —
Nach Süden flog ich über’s Meer.
Vernunft! Verdriessliches Geschäfte!
Das bringt uns allzubald an’s Ziel!
Im Fliegen lernt’, ich, was mich äffte, —
Schon fühl’ ich Muth und Blut und Säfte
Zu neuem Leben, neuem Spiel…
Einsam zu denken nenn’ ich weise,
Doch einsam singen — wäre dumm!
So hört ein Lied zu eurem Preise
Und setzt euch still um mich im Kreise,
Ihr schlimmen Vögelchen, herum!
So jung, so falsch, so umgetrieben
Scheint ganz ihr mir gemacht zum Lieben
Und jedem schönen Zeitvertreib?
Im Norden — ich gesteh’s mit Zaudern —
Liebt’ ich ein Weibchen,
| alt zum Schaudern:
„Die Wahrheit“ hiess dies alte Weib…"









segunda-feira, 9 de março de 2015

Carta aos Deuses II

Escher


Projetamos os descaminhos em pequenos filmes em poemas 
inconscientemente em sonhos indecifráveis
mas que são desejos profundos cujo tempo os corrói.
E saber disso traz um certo desconforto mesmo que tenhamos auxílios de religiões verdades cinetíficas, ou segurança filosófica. Mas eu Kalik, sou homem de deserto, como dizia Nietzsche, sempre abriguei e ainda abrigo desertos em mim. Minha alma atravessou muitas solidões e é testemunha de empirias abissais, aprendeu a converter todas essas travessias em poesia em pequenos saltos, que pintamos, que cantamos. Eis a vida complexa, e insaciável. Ser apenas o que somos é pouco, queremos sempre dançar sob luares, queremos a divindade.



http://www.recantodasletras.com.br/cartas/5163682



sexta-feira, 6 de março de 2015

Rasgou o céu num verso

Van Gogh Turbulence


























Rasgou o céu um verso
envolto em cores trouxe adorno à trova
intenso, silenciosamente sutil, gritou o incerto
solenemente, murmurou no ouvido do infinito
quando o dia aflorou 
a palavra renovou o gesto e jamais  se desgastou
transcendeu o flúido fruto do belo ardente
floresceu caminhos e esbanjou em rastros
trouxe a chama profunda da embriguez ao acaso
fez transbordar a incoerência da métrica
o lirismo seguiu na trasnversal
buscando uma colisão com o insaciável







http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5163671