terça-feira, 13 de maio de 2008

estou cheio(farto) do vazio


estou cheio(farto) do vazio
cheio de espaços impermeáveis
onde o dia nos trona dele prisioneiro
eterno nos oito pontos de encarceramento

submerso do escuro
sinônimo do vazio
do silêncio nos olhos

sigo em voltas ao meu redor
buscando explicação
para minha comodidade,
consolo para minha condição
de animal domesticado
que finge saber de tal
mas não se encoraja a sair

o que resta é compartilhar
o desepero do breviário
a melancolia de Cioran

sábado, 10 de maio de 2008

InBerlilônya


InBerlilônya

Dançam ouvidos
Sobre sopros
Surdos acorde[s]m
Durante percorrido
Rebolado das cordas
Sob as doses da ânsia
Nas horas
Flutuantes caos
Motores d’osadas
Inetensidades abraçadas
Em crescentes quintas
Prosas pairam
Pleno pouso
Bailarino ativo
Floresce águas
Ar timos fera
Frustada por dentes
Dentro afiando
Dedo eterno
Enfermo temporal
Alterego de arcada frágil

Indo para o next na Rêgo Freitas



Venho de... pôr
Palavras em nome
Do indefinido sentir,
Dando imagem
Às frases luaradas
Do caro amigo cello,
Cuja escrita,
Latenteia veias
E seu sangue movente
A cruzar faróis
Vermelhos
Que ve[r]des passar
Corpos sem rosto,
Signo mundano
Da Babylônia despida
E pronta pra cantar,
Encantar... e enganar
Seus transeuntes

nada poderia midar


Nada poderia midar.
Lhe - dar com esse complexo
Impresso nesse real movente
Iniciado pós fim andando
Recomeço letenteando
Em primeira pessoa
a quem não desesmero
Mui menos dez espero
Pra dormir o sono que levanta
O corpo desperto
Pensante cruzante
Cruzando deserto espaço incerto
dIntelecto liberto
Gastrite iconoclasta cortando
A performance das horas
Instrumentais duma ópera
Ora op e r a ssora
Empunho de rima
Numa vassoura

quarta-feira, 7 de maio de 2008

saía incólume

Saia incólume das analogias do cotidiano
Soprava verdades em torno das sombras
Nas cavernas modernas.
Zombeteiro se fazia, pra justificar
Sua presença no presente
Também os primórdios
Traçados numa linha narrativa
Que dava imagem à sua origem.
Com isso tornava-se algo, ou um ser.
Por ter semelhantes passagens à sua
Durante os pretéritos memoráveis

terça-feira, 6 de maio de 2008

Nos tempos Log

Hoje te liguei, pois, ultimamente
Só o telefone, a virtualidade, atenua-nos
As paredes que nos separa
Distanciam-se mais e mais
Porém, tenho a memória
Cujo exercício atual e constante
É atualizar-te
Tornando–a mais presente
Esta, é uma forma pra driblar a saudade
Que sinto de ti
E ela é como areia movediça:
Puxa-me cada vez mais para o fundo
Portanto, preciso de você
Real como tenho meus membros
Só assim aniquilarei este ser
Cujo conhecimento de gênero
Foge da minha razão
Com isso poderei respirar aliviado
Porque neste momento, me encontro
Submerso pela saudade
E pela solidão !

talvez

Talvez você ainda não saiba
Mas passou a viver num dos meus mundos
É transeunte da avenida
Por onde caminham meus outros eus
E lá, eles encontram os seus
Brincam, andam de mãos dadas
Abraçam-se, compartilham seus viveres
Sabes tu, que, quando olho uma rosa, nela te vejo
E sinto em ti o perfume exalado por ela

A avenida dos eus é florida, em todas as margens
O dia, o nascer, e pôr do sol,
São testemunhas
Dos inúmeros poemas que as flores
Inspiram Às abelhas ao beijarem seus polens
Assim és tu
Navegante no rio de minha vida
É a inspiração minha dos deuses,
Dos ventos e das nuvens,
É primeira flor da primavera,
O ar atrevido que pelas frestas
Em casas capais, no início pleno da aurora
É o sol na minha Sibéria

queria ser poeta

Queria ser poeta
Escrever as mais belas antologias
Em sua homenagem, pois,
Há tempos tento encontrar
As palavras pra falar a ti de ti
Mas me parece tão complexa
Tão grande que chego a pensar
Ser minha poesia pequena pra tê-la
Pois somente os ventos sabem
Aliados ao silêncio, às canções dos pássaros,
Falarem de você, tocar uma música
Cuja linguagem conhecida por ridículos homens
Não decifraria, ou pronunciaria
Você é o vento, a estrela que brilha
Com mais evidência no meu céu noturno
És uma poesia,
Eu serei poeta por um instante
Pra poder, em versos peculiares
Poetizar-te
Mas também queria ser onipresente
E estar sempre contigo...
Sem fim nem começo, sem tempo... !