quarta-feira, 22 de setembro de 2010

pedaços de tardes

pedaços de tardes
respingam no meu tempo,
e vendo as frestas por entre as núvens
insipro-me a um vôo pela atemporalidade.

Quão fortes são estes instantes
colecionados e lançados
pela memória como slides.
Antes que os tais respingos
e o vôo pela atemporalidade
tornem-se ação,
a confusão se generaliza.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

plans


uns cem passos
de dança para evidenciar o algo
que é o comum:
a busca, a planta que cuidamos.
Mas cronos tudo corroe,
dionísio tenta permanecer cintilante.
A vida retorna a si,
a defendemos, adornamos
e ela nos envia a sonhos palpáveis,
ela nos devolve a fantasia,
e a barbárie se oculta,
ou,
como fizeram com a medusa,
soltamos um esbanjar
que é espelho
e assim vencemos a totalidade
do agora-medusa

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

esboço de um esperar poético rascunhado para adoração de crepúsculos


os fragmentos da água que caem sobre as paredes de minha audição,
me remetem a teu rosto que em minha memória se auto atualiza,
anseio tanto vossos lábios,
me aperta o peito ver a rosto tenebroso de teu silêncio,
o pressentimento, torna-se hóspede indesejável,
e os nervos, se exaltam como se uma soda cáustica movesse suas móleculas.

Na marcha do improvável lancei meu futuro,
nas tuas danças projeto meu braseiro,
ele que mantém a chama desse amor que bravamente resiste a esse cronos, este deus assassino.
Esta guerra parece não ter trégua.
mas as flores riem de todas essa tempestade ácida que assola nossas cabeças e traz a saudade do futuro como o devir.
E a vida sincroniza-se com a sensatez do coração, que geme horas a fios e atemporalmente, em quanto o sono não chega, para trazer mais um crepúsculo que nos aproxime