domingo, 19 de dezembro de 2010

Poemeto ironico de uma tarde ensolarada



mentira, as flores não choram ?
quem sabe se as gotas de orvalho não o são ?
quem sabe se o céu não parte das flores e chora ao amnhecer?
quem sabe o que sabemos não é nada ?
se nas calçadas as flores não pisam
no chão das casas apenas instrumentos pisam dançando
e se a dança desdance
-alors-
nos cantos encanta quem não canta
de tanta andaça a pança
destituiu-se de mim
e nas gotas de vida sou eu o rio que banha
o sol de meias noites
e nos silencios dos olhos se expressam
os códigos secretos de nós
um som com só o um ré invertido,
somado ao abismo de meio tom,
menos o infinito,
pre
par
ad
o
quê não se diz, se mexe
gesticula a montanha rumo ao mar
onde
a tenebrosa escuridão do fundo
do longe
do ímpar ímpeto
de nada
de riso
ri em si
mesmo
as
sim
os neutros
anos de invenção
experimentam a ciência sem sent
ido pra tan lejo
o ser é vazio
é uma pedra invisível
pós dar toda sua
comida de palavras como ruido
num jazz atonal
mas nem tanto.