sexta-feira, 24 de abril de 2015

A sonata dos lábios fora concebida quando cessou a cena

O Retorno de Perséfone de Frederic Leighton (1891)


atômos chocaram-se
ao som da batida daqueles lábios 
Com a maciez de um amarone
-transeunte num paladar outrora extraviado.
A sonata dos lábios fora concebida quando cessou a cena
o som ao redor
no ato do abraço
o passo seguinte
pausado
assim como o tempo
suspenso
restou o espaço para a batida das pálpebras
onde se escondiam aqueles olhos flamejantes
durante o sono
olhos que carregavam vulcões e desertos
furor,
e uma cumplicidade com profanos horizontes
Estava evidente o intenso aroma da eternidade
que acabaria minutos depois
mas deixaria na memória
desse encontro
sem contrapartida
a possibilidade d'outro
o tanino e amargo do chocolate
Cada labirinto pela sonata induzido
e a espera do jazer da noite




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quinta-feira, 23 de abril de 2015

rasga as prosas preliminares e o possível é concreto num sonho efêmero



Tímido o gesto atirou-se
contra o corpo adiante
En face
ao fixo e destemido olhar
scaneava a alma a divinhar:
- poeta ? -amante ?
de que mundo viria à criatura ?
Com um furor imaginado
a aposta antecipa o tempo
rasga as prosas preliminares
e o possível é concreto
num sonho efemero
porém
é alcançado o momento seguinte
e o real
é postergado
a espera é o hiato
disfarçado de virtude
enquanto a busca pelo aedo segue incesssante


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domingo, 5 de abril de 2015

enquanto danço ao sol me suborna um raio




Ao caos canto e saio
mito dançando em círculo postergo o  pranto
feito aedo, o inzoneiro entorno encanto
enquanto danço ao sol, me suborna um raio
Paródia do canto corrompendo o conto
ávido, num salto o riso tomo de assalto





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