quarta-feira, 18 de março de 2015

Nietzsche (Das Canções do Príncipe Livrepássaro.) No Sul





























"No Sul

Eis-me suspenso a um galho torto
E balançando aqui meu cansaço.
Sou convidado de um passarinho
E aqui repouso, onde está seu ninho.
Mas onde estou? Ai, longe, no espaço.
O mar, tão branco, dormindo absorto,
E ali, purpúrea, vai uma vela.
Penhasco, idílios, torres e cais,
Balir de ovelhas e figueirais.
Sul da inocência, me acolhe nela!
Só a passo e passo
| – é como estar morto,
O pé ante pé faz o alemão pesar.
Mandei o vento levar-me ao alto,
Aprendi com pássaros leveza e salto –
Ao sul voei, por sobre o mar.
Razão! Trabalho pesado e ingrato!
Que vai ao alvo e chega tão cedo!
No voo aprendo o mal que me eiva –
Já sinto ânimo, e sangue e seiva
De nova vida e novo brinquedo...
Quem pensa a sós, de sábio eu trato,
Cantar a sós – já é para os parvos!
Estou cantando em vosso louvor:
Fazei um círculo e, ao meu redor,
Malvados pássaros, vinde sentar-vos!
Jovens, tão falsos, tão inconstantes,
Pareceis feitos bem para amantes
E em passatempos vos entreter...
No norte amei – e confesso a custo –
Uma mulher, velha de dar susto:
“Verdade”, o nome dessa mulher.

Im Süden
So häng’ ich denn auf krummem Aste
Und schaukle meine Müdigkeit.
Ein Vogel lud mich her zu Gaste,
Ein Vogelnest ist’s, drin ich raste.
Wo bin ich doch? Ach, weit! Ach, weit!
Das weisse Meer liegt eingeschlafen,
Und purpurn steht ein Segel drauf.
Fels, Feigenbäume, Thurm und Hafen,
Idylle rings, Geblök von Schafen, —
Unschuld des Südens, nimm mich auf!
Nur Schritt für Schritt
| — das ist kein Leben,
Stets Bein vor Bein macht
| deutsch und schwer.
Ich hiess den Wind mich
| aufwärts heben,
Ich lernte mit den Vögeln schweben, —
Nach Süden flog ich über’s Meer.
Vernunft! Verdriessliches Geschäfte!
Das bringt uns allzubald an’s Ziel!
Im Fliegen lernt’, ich, was mich äffte, —
Schon fühl’ ich Muth und Blut und Säfte
Zu neuem Leben, neuem Spiel…
Einsam zu denken nenn’ ich weise,
Doch einsam singen — wäre dumm!
So hört ein Lied zu eurem Preise
Und setzt euch still um mich im Kreise,
Ihr schlimmen Vögelchen, herum!
So jung, so falsch, so umgetrieben
Scheint ganz ihr mir gemacht zum Lieben
Und jedem schönen Zeitvertreib?
Im Norden — ich gesteh’s mit Zaudern —
Liebt’ ich ein Weibchen,
| alt zum Schaudern:
„Die Wahrheit“ hiess dies alte Weib…"