o mundo pega fogo, fascistas em ascesão, uns enloquecendo, outros rumo conservadores, a juventude imbecilizada, os
velhos com o nariz a ponto da overdose, os fetos deformados, um tsunami
ameça, um õnibus em alta velocidade, ameça se jogar no
abismo,
e nas cabeças as batalhas entre o medo, a imposição dos acontecimentos,
e não referência. Um torbilhão de recortes chicoteia as paredes da
memória, enquanto o vento se neutraliza, e da espaço ao aquecimento, e
seguem às núves mais belas, dançando, a ponto das gotas do seu suor
descerem quase como um dilúvio fugaz. Apesar de tudo isso, uma música
surge no nada cinzanto e salta do instável formando zonas de equilíbrio e
levando os transeuntes que testemunham sua perfórmance a um espaço
desabitado, desconhecido e cheio de possíveis...