terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ineqiuívoco luar

Ineqiuívoca, sem vergonha, cintilante, a lua
Solenemente, à nuvem em verso seguia
O mar, reflexo cadente dela, nua
Trilhava ofegante os olhos meus e jamais jazia
janelas abertas traziam o belo e profundo azul, latente
que ostentava com jactancia um amor ateu
E o riso em deleite conjulgou-se um frescor veemente
Na boca  da noite a cor do verbo tornou-se o apogeu

Com maestria findou-se o fenômeno no descer da pálpebra
Caminho de sonho, morada boa
onde a língua poética afronta a cátedra
Solidez dissipada por raios solares, é próprio silêncio que o poeta entôa
Na língua o rebento, nas mãos o ode lento
Descrevia em futuro o luar num presente
que amíude retorna, um ensejo sedento
De hálito fresco o crepúsculo nasce, tênue, intermitente !



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